Em 2010 foram publicados os dados das novas recomendações para técnicas de aplicação de insulinas, que vale a pena relembrar e praticar, já que muitas informações já são conhecidas, mas pouco aplicadas.
Tais recomendações foram resultado do trabalho conjunto de 127 médicos, enfermeiros, educadores e psicólogos de 27 países, que reuniram todas as publicações na área desde 1980, bem como estudos ainda não publicados.
Observações gerais:
a. O medo da aplicação de insulina, principalmente em crianças, não deve ser desconsiderado e uma técnica ainda pouco utilizada, e com bons resultados, é a demonstração da auto-aplicação de solução salina/diluente pelo profissional de saúde e depois pelo paciente. Esta técnica também é útil para os pais conhecerem qual a sensação da aplicação pelos filhos, reduzindo assim a ansiedade da aplicação.
b. O programa de educação para inicio da insulinização deve abordar os tópicos: perfis de ação e conceitos da insulinoterapia; escolha, cuidados e auto-exame dos locais de aplicação; técnicas apropriadas de aplicação (rodízios, ângulo de aplicação e uso da prega cutânea); escolha e descarte de insumos.
Locais de aplicação de insulinas
Recomendações para aplicação:
1. A recomendação para a limpeza do local de aplicação deve ser seguida para locais que não estejam limpos ou se a aplicação for realizada em um local com chances de contaminação (ex: hospitais);
2. As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser gentilmente homogeneizadas (misturadas) 20 vezes antes de cada aplicação, garantindo a ação da insulina;
3. Dicas para que a aplicação não seja dolorosa: aplicar a insulina à temperatura ambiente; se utilizar álcool na limpeza do local espere até que seque completamente; tentar utilizar uma nova agulha a cada aplicação;
4. Após a aplicação de insulinas com canetas, contar lentamente até 10 para retirada da agulha. Para doses maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar perda de medicação. Esta recomendação não é necessária para aplicação com seringas.
5. As agulhas devem ser desconectadas imediatamente das canetas após aplicação (evitar obstrução e contaminação).
6. A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada, preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e reduzir o risco de hipoglicemia.
COMPRIMENTO DA AGULHA:
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No congresso da ADA ( American Diabetes Association) realizado em junho nos EUA, foram lançadas novidades a respeito do tamanho das agulhas utilizadas na aplicação de insulina. São agulhas de apenas 4 mm de comprimento.Junto com essa novidade, vem a mudança de paradigma. Médicos e pacientes acreditavam que o mais recomendável é que pacientes de diferentes pesos deveriam usar agulhas de diferentes comprimentos, por exemplo, agulhas de 5 mm de comprimento para crianças e adultos magros, agulhas de no mínimo 10 mm para pessoas obesas.Porém, os fabricantes da agulha ?Becton & Dickinson (BD) Ultra-fine Nano? chamam a atenção para o fato da espessura da pele não variar com o aumento de peso. A pele pode ter no máximo 3,2 mm de espessura, por isso, todos os pacientes diabéticos podem utilizar agulhas de 4 mm de comprimento para a aplicação de insulina.Até agora, foi aprovado que pessoas que tomam até 40 unidades de insulina por aplicação podem utilizar a agulha de 4 mm sem correr risco de ter diferença no efeito da insulina.Antes de mudar de agulha para a aplicação, converse com seu médico a respeito. Para saber mais sobre a ?Becton & Dickinson (BD) Ultra-fine Nano? clique aqui.
Recomendações para crianças e adolescentes:
· Canetas: agulhas de 4, 5 ou 6 mm.
· Seringas: agulhas de 8 mm (angulação de 45 o e prega cutânea).
Adultos (incluindo obesos)
· Canetas: 4, 5 e 6 mm
Agulha de 4 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 5 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 6 mm: ângulo de 90 o graus e prega cutânea necessária ou ângulo de 45o.
Agulha de 4 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 5 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 6 mm: ângulo de 90 o graus e prega cutânea necessária ou ângulo de 45o.
· Seringas: 8 mm (ângulo de 90 o graus e prega cutânea.
Se magro: ângulo de 45 o e prega cutânea)
Se magro: ângulo de 45 o e prega cutânea)
Gestantes
· Sempre fazer a prega cutânea em qualquer local de aplicação
· Evitar o uso do abdômen como local de aplicação no ultimo trimestre de gestação
· Em pacientes magras é recomendada a utilização das nádegas como região para aplicação de insulina.
· Canetas: 5 mm (ângulo de 45o)
· Seringa: 8 mm (ângulo de 45o) – evitar o abdômen.
Essas novas recomendações reforçam a necessidade da técnica correta de aplicação de insulinas e necessidade de revisão periódica da mesma no processo educacional, na tentativa de se alcançar bom controle glicêmico.
Essas novas recomendações reforçam a necessidade da técnica correta de aplicação de insulinas e necessidade de revisão periódica da mesma no processo educacional, na tentativa de se alcançar bom controle glicêmico.
Referência:
Frid A, Hirsch L, Gaspar R, Hicks D, Kreugel G, Liersch J, Letondeur C, Sauvanet JP, Tubiana-Rufi N, Strauss K; Scientific Advisory Board for the Third Injection Technique Workshop.
New injection recommendations for patients with diabetes. Diabetes Metab. 2010; 36 Suppl 2:S3-18. Review.
Cristiane Duarte Vieira
Enfermeira do Ambulatório de Diabeets Tipo 1 da Santa Casa de Belo Horizonte. Educadora em Diabetes.
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