quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quatro mitos e cinco verdades sobre o diabetes




Quatro mitos e cinco verdades sobre o diabetes 



O diabetes é uma doença crônica e deve ser tratada como tal, mas, com informação e mudança de hábitos, dá para controlá-la e ter qualidade de vida, como explica a nutricionista Patrícia Ramos, coordenadora do Hospital Bandeirantes. Pensando nisso, o Minha Vida conversou com especialistas para descobrir os mitos e as verdades do diabetes e facilitar a vida de quem convive com a doença.


Diabetes é contagioso?


Mito: o diabetes não passa de pessoa para pessoa. É preciso acabar com essa discriminação de que o diabético não pode ter emprego, amigos e vida social. O que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão comum. "Temos até exemplos de mães diabéticas que tem filhos totalmente saudáveis", explica a nutricionista.


Diabético pode consumir mel, açúcar mascavo e caldo de cana sem problemas?


Mito: apesar de naturais, esses alimentos têm açúcar do tipo sacarose, a maior vilã dos diabéticos. "Hoje, os padrões internacionais já liberam que 10% dos carboidratos ingeridos podem ser sacarose, mas, sem o controle e a compensação, os níveis de glicose podem subir e desencadear uma crise", explica Patrícia. "O diabético até pode consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com equilíbrio na dieta", continua.


Alguns alimentos ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue auxiliando o tratamento do diabetes?



Verdade: o motivo é o Índice Glicêmico (IG) dos alimentos. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose pelo sangue e, portanto, estabiliza a doença.
Mas, quando o índice é alto, essa absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue. "Alimentos integrais, iogurtes sem açúcar, maçã, pera, feijão, lentilha e manga podem ser considerados indutores deste controle e, por isso, ajudam a amenizar os sintomas da doença. Já os de alto índice, como batata e demais carboidratos, aumentam o problema", conta Patrícia.


A aplicação de insulina causa dependência química?



Mito: a aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada de glicose na célula, tornando-se fonte de energia. "No caso dos pacientes com diabetes tipo 1, não tem jeito, eles são insulino-dependentes pelo fato da deficiência de insulina ser crônica desde o nascimento", explica Patrícia.



Deve-se substituir o açúcar dos alimentos por adoçante?



Verdade: os adoçantes foram feitos exatamente para os diabéticos ou para quem está de dieta. Porém, para pessoas que não têm nenhuma disfunção, existe um limite para seu uso. "O valor diário recomendado de aspartame, por exemplo, é 40 mg por kg, já no ciclamato, esse número é bem menor, 11 mg", explica a nutricionista.



Dá para evitar a insulina se você não ingere carboidratos?


Mito: neste caso, depende. O carboidrato eleva a glicemia com mais rapidez, por isso, sua ingestão deve ser controlada. "No diabetes tipo 1, é necessária a aplicação de insulina diariamente, já que o pâncreas não produz esse hormônio. Portanto, mesmo que não coma carboidratos, precisará aplicar insulina. No caso do diabetes tipo 2, a ingestão da insulina vai depender do nível de glicemia. Se estiver controlado, pode-se parar o uso, mas só um médico poderá fazer esta avaliação", esclarece Patrícia.
 


Não é permitido ingerir bebidas alcoólicas?



Verdade: "O consumo é permitido, mas com alguns cuidados: de forma moderada e sempre junto a uma refeição, pois o consumo isolado pode levar a hipoglicemia (baixa nas taxas de glicose sanguínea) ou dificultar a recuperação de uma crise hipoglicêmica, já que o uso de insulina e de outros medicamentos para controlar o diabetes é feito para baixar a glicemia e o álcool tende a diminuir ainda mais essas taxas, o que pode levar a um quadro crônico", explica a nutricionista. 

Quem tem diabetes deve fazer somente exercícios leves?



Verdade: diabéticos devem ser estimulados a fazer atividades físicas, respeitando contra-indicações, se houver. "De uma forma geral, os exercícios melhoram os níveis glicêmicos, porém, quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver um quadro de hipoglicemia e, por isso, deve-se fazer um monitoramento", diz a nutricionista.


Estresse ajuda a descontrolar o diabetes?



Verdade: quando uma pessoa fica nervosa, a sua taxa de glicose sanguínea sobe. "E isso não acontece só com diabéticos", lembra Patrícia.


Fonte: Port@l Diabetes 


P.S.: Não esqueça que a orientação médica é fundamental. Consulte sempre o médico antes de qualquer mudança no tratamento.

Um comentário:

  1. Sou mãe diabética (Tipo 1) e tenho dois filhos totalmente saudáveis.Adorei a reportagem, parabéns!!

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